sexta-feira, 31 de agosto de 2012

VOLTA PROIBIDA


E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho. 
                                                                                                          Gênesis 24.6

O patriarca dos hebreus estava com cerca de 140 anos quando sentiu que deveria mandar buscar uma noiva para seu filho, na sua terra. Ele havia obedecido a Deus, no entanto, a vida não era fácil para ele nem para seu descendente. Isso demonstra que a trajetória do servo do Senhor sempre é feita de desafios, mas quem teme o Altíssimo deve esperar a direção divina, que, sem dúvida, vem no tempo certo.

Abraão guardava no coração a ordem divina de sair de sua terra e parentela. Deus queria Seu servo distante do que faziam as pessoas da sua terra natal, para que não se contaminasse com o que existia por lá. O amigo de Deus deveria seguir a direção dos Céus e nunca retroceder, pois, se o fizesse, não agradaria a quem o chamara para tão nobre missão. Além disso, sua obediência colaborava com o plano redentor do Senhor.

A proibição se estendia ao seu descendente, Isaque. A volta para o local de onde havia saído poderia ser uma armadilha. Há muitos que se perderam na fé por terem voltado “aos seus”. Quem retrocede na fé não agrada ao Altíssimo; por outro lado, os que são chamados devem caminhar rumo ao alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.14b).

As ordens divinas jamais são anuladas ou canceladas. Por isso, Abraão compreendeu que não podia voltar para sua terra, nem sua descendência deveria fazê-lo. Quem foi convocado para ser parte do povo de Deus deve cuidar para que nem ele nem os que descendem dele voltem às práticas que, no mundo, são normais. O Senhor exige dos Seus servos responsabilidade aos Seus mandamentos.

O casamento, a educação, a profissão e o que fazem os nossos filhos são parte da nossa responsabilidade. Abraão sabia que Isaque não deveria casar-se com uma mulher de outra raça; por isso, não transigiu a ordem divina. O patriarca deu instruções precisas ao servo que enviou à sua parentela: encontrar a mulher certa para compor a família de Abraão e ser parte de sua bênção. Ora, o casamento do salvo com quem não pertence à família de Deus é proibido por Ele (2 Co 6.14).

Abraão orientou seu servo a ter cautela, pois aquela era uma missão de fé. Ele deveria ficar sensível à direção divina, que o levaria ao encontro da escolhida; a noiva também seria parte do plano celestial. Até nos dias de hoje, quem obedecer ao Senhor verá que Ele jamais deixa de cumprir Sua Palavra. Logo, o que crê nunca deve apressar-se, mas, com firmeza, seguir a direção até que veja cumprida sua missão.

O servo de Abraão seguiu à risca o traçado de seu senhor. Assim, voltou com Rebeca, que – ao ver Isaque de longe, o qual saíra para orar no campo – sentiu ser ele o escolhido de Deus. É muito bom quando dois corações sentem o pulsar do Senhor ao mesmo tempo e, então, com temor e tremor, recebem-se como marido e mulher, honrando a chamada divina.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O POVO DE DEUS CATIVO


Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. 
                                                                                                                                        Isaías 5.13

Quando Isaías anunciou que os israelitas seriam levados ao cativeiro, isso pareceu, aos olhos deles, como um devaneio do profeta. Afinal, como aqueles que foram tirados da escravidão no Egito,  agora, como nação organizada, e com tantas promessas que lhes foram feitas, seriam subjugados por alguma nação pagã? Mas a verdade foi que exatamente isso aconteceu, e a causa foi não dar ao Senhor o devido lugar na vida deles.

Não basta você ser religioso nem afirmar que é do Senhor: é preciso verificar se está firme na fé, ou se apenas faz a obra de Deus por legalismo. Não entender o que lhe pertence em Cristo e, por conseguinte, deixar de tomar posse do que já lhe foi preparado e entregue são verdadeiras ofensas ao Senhor. É como se você declarasse que não crê no que Ele diz nem precisa do que lhe foi concedido com a morte de Jesus.

Quando isso acontece, até os considerados piedosos – aqueles que se mostram consagrados aos assuntos da religião – têm fome do Pão do Céu. O homem de Deus precisa alimentar-se de toda palavra que procede da boca do Senhor. Quem, porém, não come a carne de Cristo nem bebe o Seu sangue não tem parte com Ele.

Quanto à multidão que se diz cristã, a falta da água da vida é notada tanto na aparência física como na alma, pois, na verdade, poucos procuram o Pai. A maioria nem quer saber de lutar para receber a libertação dos problemas. Se Deus cura, eles agradecem, pois não têm de gastar com tratamentos, mas, se a cura não vem, buscam ajuda humana. Se dependesse deles, ninguém procuraria o Cristo que cura.

A Palavra é o Pão que nos alimenta, mas, em nossos dias, como foi nos dias de Isaías, Ela tem sido rejeitada. O resultado são pessoas doentes na fé, sem ânimo para buscar o Senhor e enganadas pelas sutilezas do diabo. Como consequência dessa falta de temor ao Altíssimo, o número de divórcios, por exemplo, tem crescido entre o povo de Deus. A questão é que, para muitos, os preceitos divinos não interessam; por isso, agem como bem entendem.

No entanto, a revelação da Palavra é como água que sacia alma. Talvez alguns refutem, dizendo: “Mas para que saciar a sede da alma, se um bom programa mundano ajuda a apimentar um relacionamento? O que há de errado em desfrutar do que o mundo oferece, se um dia não mais teremos condições de fazer isso?”. Ora, pensamentos como esses são os que governam parte do povo de Deus. Coitados! Se não se arrependerem, o cativeiro virá sobre eles.

É um grande risco para a humanidade viver longe de Deus. Uma das atitudes que mais ofende o Senhor é não Lhe dar atenção, como se Ele não fosse real. Então, quando não houver mais jeito, o que fará aquele que O desprezou? É tempo de o povo santo agir com sabedoria e procurar o Autor da vida, pois, assim, quando a opressão atacar o filho de Deus, ele não estará só.