Pois tu, ó Deus, nos provaste; tu nos afinaste como se afina a prata. Salmo 66.10
Há muitas
coisas que o Senhor faz conosco ao nos receber como filhos. O processo se
inicia a partir do contato com Sua Palavra. Então, isso desperta em nós um
desejo de conhecê-Lo, pois, até então, não dávamos a mínima atenção a Ele. Ao
provar do Seu amor, o nosso coração se realiza, e passamos a entender que era
isso que procurávamos e não sabíamos. Começamos a ver o quão distante estávamos
do Criador e passamos a procurá-Lo.
Inicia-se
a fase do arrependimento, da mudança de atitudes e da confissão de pecados.
Logo, passamos a sentir que, um dia, daremos contas a Ele do que fazemos e
procuramos emendar o nosso procedimento. É como se Ele nos açoitasse e, então,
nós nos sentimos pecadores, conscientes de que precisamos do seu perdão. Ele
nos dá o dom do arrependimento e começamos a confessar a Ele o que temos feito
de errado e a buscar a Sua ajuda para endireitar os nossos caminhos.
Ao
sentirmos Seu perdão, nós nos sentimos amados. Um sentimento de purificação e
santidade passa a fazer parte da nossa vida e chegamos a não entender como
antes nos dávamos às práticas pecaminosas. O menor deslize em pensamento já nos
faz sentir culpados. A mudança é grande, e começamos a orar, buscar a Sua
presença e pedir por mais. A nossa vida ganha sentido, e não entendemos como os
outros não sentem isso também.
A seguir,
vem o clímax, pois somos batizados no Espírito Santo. Que experiência!
Simplesmente imergimos na atmosfera divina, falamos em línguas e somos usados
em outros dons. A intimidade com o Senhor nos faz bem, e o nosso desejo é orar
e experimentar o Seu mover em nós. Assim, nós nos sentimos completos, filhos de
Deus e membros do Seu Corpo. São dias maravilhosos em que nos abrimos
completamente a Ele.
No
entanto, como aconteceu com Jesus, o qual foi levado ao deserto para ser
tentado, também entramos em um deserto espiritual. De uma hora para outra,
surgem desejos errados, vontade de ser isso ou aquilo, oportunidades de todos
os tipos nos são apresentadas, e começamos a ver defeitos nos irmãos. Enfim,
surgem provações pelas quais nunca imaginamos que passaríamos. É claro que, por
estarmos amadurecendo na fé, essas situações chateiam.
Com a
consciência da importância da nossa salvação, somos levados a tomar uma
posição. O triste é quando o cristão, depois de todas essas fases, ao ser
provado, decide ceder à tentação e ao pecado. Os que se mantêm firmes na fé
saem da prova prontos para serem usados pelo Senhor e preparados para a boa
obra a que Ele lhes destinou. No poder do Espírito, eles também saem do deserto
e começam a pregar a doce mensagem do Evangelho.
Sendo
aprovados, Ele nos envia para alguma missão. Isso não quer dizer que todos
serão colocados na obra em tempo integral. Muitos continuarão na profissão
secular e, ao mesmo tempo, serão verdadeiras bênçãos na Igreja e na sociedade.
Então, estaremos prontos para sermos boas ferramentas nas mãos do Pai. Mas, de
vez em quando, as provações voltam, e, como estamos firmes na fé, o diabo
perderá todas as vezes que nos tentar.